top of page

Tratado dos Objetos Musicais: ensaio interdisciplinar. Trad. Ivo Martinazzo. Brasilia: EdUnB, 1993.

 

 

 

Capítulo 2: Captar os sons: a ‘acusmática’ (pp. 83-88)

 

A ‘acusmática’

 

Acusmática, diz-nos o Larousse, “Nome dado aos discípulos de Pitágoras que, durante cinco anos, ouviam as suas lições escondidos atrás de um pano, sem vê-lo, observando o mais rigoroso silêncio”. Do mestre, dissimulando aos seus olhos, somente a voz chegava aos discípulos.

É justamente com essa experiência iniciática que pretendemos relacionar a noção de acusmática, para o uso que dela aqui fazemos. O Larousse continua: “Acusmático, adjetivo: diz-se de um ruído que se escuta sem ver as causas donde provém”.

Outrora, o dispositivo era constituído por uma cortina; hoje, o rádio e a cadeia de reprodução nos recolocam, na qualidade de ouvintes modernos de uma voz invisível, nas condições de uma experiência semelhante.

 

O campo Acusmático

 

No sentido da acústica, nós partíamos do sinal físico e estudávamos as suas transformações através dos processos eletroacústicos, em referência tácita às normas de uma escuta supostamente conhecida – escuta que captava frequências, durações, etc. A situação acusmática, ao contrário, nos proíbe simbolicamente toda relação com o que é visível, tocável, mensurável. Nesse sentido, também, as diferenças que separam a escuta direta (através de uma cortina) e a escuta indireta (por alto-falante) tornam-se, em última instância, negligenciáveis. Nessas condições, quais são as características da situação acusmática atual?

 

a) A escuta pura – Para o músico tradicional e para o acústico, um aspecto importante para o reconhecimento dos sons é a identificação das fontes sonoras. Se esta identificação for efetuada sem o concurso da vista, o condicionamento musical fica afetado. Muitas vezes surpresos, outras vezes incertos, descobrimos que grande parte daquilo que acreditávamos ouvir era, na realidade, apenas visto – e explicado pelo contexto. Assim, é que certos sons, produzidos por instrumentos tão diferentes como de corda e de sopro, chegam a ser confundido.

 

b) A escuta dos efeitos – À força de escutar objetos sonoros cujas causas instrumentais são encobertas, somos levados a esquecer estas últimas e interessar-nos por esses objetos em si mesmo. A dissociação da vista o ouvido favorece aqui uma outra maneira de escutar: a escuta das formas sonoras, com o único objetivo de ouvi-las melhor, a fim de poder descrevê-las por uma análise do conteúdo das nossas percepções.

A bem da verdade, a cortina de Pitágoras não é suficiente para desencorajar a nossa curiosidade pelas causas a que somos levados instintivamente, quase irresistivelmente. Mas a repetição do sinal físico que o registro permite nos auxilia de duas maneiras: esgotando-se essa curiosidade, ela impõe pouco a pouco o objeto sonoro como uma percepção digna de ser observada por si mesma; por outro lado, em virtude de escutas mais atentas e mais refinadas, ela nos revela progressivamente a riqueza dessa percepção.

 

c) As variações do sinal – Mencionamos as possibilidades especiais que nos são oferecidas para intervir no som, cujo exercício acentua os caracteres da situação acusmática anteriormente descrita. Temos acesso ao sinal físico fixado sobre o disco ou a fita magnética; podemos agir sobre ele, dissecá-lo.O que representa, do ponto de vista da experiência acusmática, esse desdobramento de efeitos sonoros divergentes, a partir de uma mesma causa material? Poderemos sempre falar de um mesmo objeto sonoro? Que correlação se pode esperar que exista entre as modificações sofridas por aquilo que está gravado na fita e as variações do que escutamos?

 

d) As variações da escuta – Considerando que essas repetições se efetuam em condições fisicamente idênticas, tomamos consciência das variações da nossa escuta e compreendemos melhor aquilo a que se chama, em geral, de sua ‘subjetividade’. Não se trata, de forma alguma, como se estaria tentando a crer, de uma imperfeição, de uma espécie de ‘névoa’, que embaralharia a nitidez do sinal físico, mas sim de aclaramentos particulares, de direções sempre precisas, revelando a cada passo um nosso aspecto do objeto, no qual, deliberada ou inconscientemente, está empenhada a nossa atenção.

 

Do objeto sonoro: o que ele não é

 

Em diversas ocasiões chegamos a falar de objeto sonoro, utilizando uma noção já introduzida, mas não esclarecida. Perceber-se-á, à luz do presente capítulo, que se não pudemos antecipar essa noção foi porque nos referíamos implicitamente à situação acusmática que acaba de ser descrita: se há objeto sonoro, é na medida em que há escuta cega dos efeitos e do conteúdo sonoros: o objeto sonoro jamais se revela tão bem como na experiência acusmática, que corresponde, negativamente, aos nomes precedentes de uma escuta pura.

 

a) O objeto sonoro não é o instrumento que tocou – É bem evidente que ao dizermos “é um violino”, ou “é uma porta que range”, fazemos alusão ao som emitido pelo violino, ao rangido da porta. Mas a distinção que desejamos estabelecer entre ‘instrumento’ e ‘objeto sonoro’ é ainda mais radical: se nos for apresentada uma fita sobre a qual está gravado um som cuja origem somos incapazes de identificar, o que é que estamos ouvindo? Precisamente aquilo que chamamos objeto sonoro, independentemente de toda referência causal, designada pelos termos de corpo sonoro, fonte sonora ou instrumento.

 

b) O objeto sonoro não é a fita magnética – Embora materializado pela fita magnética, o objeto, tal como o definimos, não está tampouco sobe a fita. Sobre ela não há nada mais do que o traço magnético de um sinal: um suporte sonoro ou sinal acústico. Escutado por um cachorro, ou por uma criança, ou por um marciano, ou por um cidadão de uma outra civilização musical, esse sinal adquire outro sentido. O objeto é objeto apenas da nosso escuta; ele é relativo a ela. Nós podemos agir fisicamente sobre a fita, aplicar-lhes cortes, modificar a velocidade de seu andamento. Somente a escuta de um determinado ouvinte nos dará conta do resultado perceptível dessas manipulações. Provindo de um mundo no qual podemos intervir, nem por isso o objeto sonoro deixa de estar inteiramente contido na nossa consciência perceptiva.

 

c) Os mesmos poucos centímetros de fita magnética podem conter uma quantidade de objetos sonoros diferentes – Esta observação decorre da precedente. As manipulações que acabamos de mencionar não apenas modificaram um objeto sonoro dotado de uma existência intrínseca. Elas de fato criariam outros. Há uma ‘correlação’ entre as manipulações que se infligem a uma fita ou às suas diversas condições de leitura – as condições de leitura da nossa escuta e do objeto percebido. 

 

d) Mas o objeto sonoro não é um estado de alma – Para evitar que ele seja confundido com a sua causa física, ou com um ‘estímulo’, demos a impressão de estar fundamentando o objeto sonoro em nossa subjetividade. Mas, como já indicamos nas últimas observações, nem por isso ele se modifica; nem pelas variações da escuta de um indivíduo para outro, nem pelas variações incessantes da nossa atenção e da nossa sensibilidade. Longe de serem subjetivos – sentido de individuais, incomunicáveis e praticamente inapreensíveis – os objetos sonoros deixam-se descrever e analisar bastante bem. Pode-se deles tomar conhecimento. Pode-se, assim o esperamos, transmitir esse conhecimento.

 

Capítulo 3 – As quatro escutas (pp.89-97)

 

Entender segundo Littré

 

Consultemos o Littré sobre a palavra ‘entender’, limitando-nos a ordenar um pouco os seus artigos.

Entender: dirigir o seu ouvido para, por onde, receber impressões de sons. Entender o barulho. ‘Entendo falar no quarto vizinho’. ‘Entendo que me dizeis novidades’.

 

1) Entender/escutar – Entender, é ser atingido por sons; escutar, é aplicar o ouvido a entende-los. Às vezes, não se entende, embora se escute, e muitas vezes entende-se sem escutar.

 

2) Entender/ouvir – Essas duas palavras, muito diferente na origem, não são completamente sinônimas. Ouvir era a palavra apropriada, pouco a pouco substituída por entender, que é a palavra figurada. Ouvir, é perceber pelo ouvido; entender, é propriamente dar atenção a. Somente o uso deu-lhe o sentido indireto de ouvir. A única diferença é que ouvir tornou-se verbo defectivo e de um uso restrito. Quando o sentido pode ser ambíguo, é preciso, sem hesitação, empregar o verbo ouvir. Assim a expressão de Pacuvius sobre os astrólogos: “Mais vale ouvi-los do que escutá-los”. Entender seria contrassenso.

 

3) Etimologicamente – Tender para, donde ter a intenção, o plano: “Como o entendei vós ?”

 

4) Entender/conceber/compreender – Entender e compreender, significam captar o sentido. Distinguem-se de conceber, que significa abarcar pela ideia. Eu entendo ou compreendo esta frase, e não a concebo. Ao contrário, no verso de Boileau: ”Aquilo que bem se concebe, enunciam-se claramente”, entender ou compreender não conviriam. A nuança entre entender e compreender é outra: a ideia de entender é dar atenção a, ser hábil em, enquanto que a de compreender é: tomar a si. Eu entendo o alemão, eu o conheço, sou hábil nele. “Eu compreendo o alemão”, diria menos. Em contrapartida, eu digo que compreendo uma demonstração.

A partir dessa primeira descrição, autorizando-nos a forçar um pouco o sentido dos termos a fim de especializá-los mais nitidamente, propomos quatro definições:

 

1) Escutar – É aplicar o ouvido, interessar-se por. Eu me dirijo ativamente a alguém ou a alguma coisa que me é descrita ou assinalada por um som.

 

2) Ouvir – É perceber pelo ouvido. Por oposição a escutar, que corresponde à atitude mais ativa, o que ouço, é aquilo que me é dado na percepção.

 

3) Entender – Retivemos o sentido etimológico: ‘ter uma intenção’. O que entendo é o que me é manifesto; é função dessa intenção.

 

4) Compreender – Tomar consigo, está numa dupla relação com escutar e entender. Compreendo o que eu visava na minha escuta, graças ao que escolhi para entender. Mas, reciprocamente, o que eu já compreendi dirige a minha escuta, informa aquilo que eu entendo.

Vejamos isto mais de perto.

 

Ouvir

 

Propriamente falando, eu não cesso jamais de ouvir. Vivo num mundo que não cessa de estar aí para mim, e esse mundo é tão sonoro quanto tátil ou visual. Desloco-me numa ‘ambiência’ como numa paisagem. O silêncio mais profundo é um fundo sonoro como um outro sobre o qual se destacam, com uma solenidade inusitada, o arfar da minha respiração e as batidas do meu coração. Como se o rumor contínuo que impregna até o nosso sono se confundisse com o sentir da nossa própria duração.

Mas ouvir não é ser ‘tocado pelos sons’ que chegam ao meu ouvido sem atinge a minha consciência. Só em relação a ela é que o fundo sonoro adquire uma realidade. Adapto-me instintivamente, ao elevar a voz, sem dar-me conta de que alterei o seu nível.

Inversamente, é conhecido o exemplo de pessoas que, morando perto de uma estação, acordam quando o trem não passa no horário.

Mas é verdade que é sempre indiretamente, pela reflexão ou pela memória, que posso tomar consciência do fundo sonoro. Ouço tocar o relógio de parede, Sei que ele já tocou. Depressa, reconstituo pelo pensamento as duas primeiras batidas, que eu tinha ouvido, situo aquele que ouvi como terceira, antes mesmo que soe a quarta. Se eu não tivesse tentado saber as horas, ignoraria que as duas primeiras batidas tinham chegado à minha consciência, efetivamente...Alguém me fala, eu estou pensando em outra coisa. Meu interlocutor, envergonhado, cala-se. Ouço esse silêncio de mau agouro, Chego a arrancar do fundo sonoro, antes que ele seja tragado definitivamente, a última metade da frase que ele havia pronunciado.

 

Escutar

 

Mas suponhamos que eu agora esteja escutando esse interlocutor. Vale dizer que, neste exato momento, não estou escutando o som da sua voz. Volto-me para ele, dócil à sua intenção de comunicar-me alguma coisa, disposto a só ouvir, do quanto me é apresentado ao ouvido, aquilo que tenha valor de indicação semântica. (...)

Escutar, portanto, não é forçosamente interessar-se pelo som. Pode-se dizer mesmo que só excepcionalmente é interessar-se por ele, pois, por seu intermédio, visa-se a outra coisa.

Chega-se, em caso extremo, a esquecer essa passagem pelo ouvido. Escutar alguém torna-se praticamente sinônimo de obedecer (“Escuta o teu pai”) ou dar crédito (assim Pacuvius nos recomenta não escutar os astrólogos, mesmo se não podemos dispensar-nos de ouvi-los).

Escuto um veículo. Eu o situo, calculo a sua distância, reconheço eventualmente a sua marca. O que sei do próprio ruído que me forneceu esse conjunto de informações? A descrição que eu dele faria, se me fosse solicitada, seria tanto mais pobre quanto mais segura e rápida a informação que ele me proporcionou.

Em contrapartida, é precisamente ao ruído do veículo que aplico o meu ouvido, se esse veículo for o meu, e se me parecer que o motor “está com um ruído danado de estranho”. Mas a minha escuta permanece utilitária, pois procuro por meio dela induzir informações concernentes ao funcionamento do motor. Na incerteza em que me encontro sobre as causas, sou forçado a passar primeiro por uma análise dos efeitos.

Enfim, posso escutar, da forma como havia me proposto inicialmente, com o único objetivo de entender melhor. Tal análise, que nesse instante se impunha como uma etapa torna-se o objetivo de si mesma. Voltado para o acontecimento, eu aderia à minha percepção, utilizava-a inconscientemente. Agora, tomei distância em relação a ela. Deixo de usá-la, eu estou ‘desinteressado’. Ela pode finalmente aparecer-me, torna-se objeto. Escutar aqui ainda é, através do próprio som instantâneo, visar algo além dele mesmo: uma espécie de ‘natureza sonora’ que se oferece no conjunto da minha percepção.

 

Entender

 

Em relação aos dois verbos precedentes, podemos agora definir melhor o entender.

 

a) Ouvir-entender – Comecemos por observar que me é praticamente impossível não fazer uma seleção nas coisas que ouço. Eu situo os ruídos, separa-os, por exemplo, em ruídos próximos ou distantes, provenientes de fora ou do interior de uma peça, e, fatalmente, começo a privilegiar uns em relação aos outros. O tique-taque do relógio de parede se impõe, me obsedia, apaga todo resto. Para minha infelicidade, imponho-lhe um ritmo: tempo fraco, tempo forte. Impotente para destruir esse ritmo, procuro pelo menos substituí-lo por outro. Estou a ponto de perguntar-me como pude enfim dormir no mesmo compartimento que esse exasperante relógio...e, contudo, basta que um carro na rua freie bruscamente para fazer-me esquecer dele. Mas ouço baterem à porta, e o conjunto dessas organizações cambiantes mergulha de um só golpe no fundo sonoro, enquanto abro os olhos e me levanto para ir abrir a porta.

Pelo menos, eu pude inventariar, por fragmentos – devido a essas alterações -, e por surpresa, por assim dizer, o plano de fundo sobre o qual elas se desenrolavam, e aperceber-me, também, que eu era responsável por essas incessantes variações. Assim é que, participando de uma conversação familiar entre diversas pessoas, eu passarei de um indivíduo e de um interlocutor a outro, sem desconfiar um instante sequer de extravagante confusão de vozes, ruídos, risadas, a partir da qual eu efetuo uma composição original, diferente da que cada um dos meus companheiros estaria em condições de realizar por sua própria conta. Para que ela me seja revelada, será necessária uma gravação, que muitas vezes se apresentará como indecifrável, se o gravador não tiver escolhido nada.

 

b) Escutar-entender – O que acontecerá no caso de, ao contrário, eu escutar para entender, seja porque ignoro a origem do objeto sonoro – o que me obriga a passar por sua descrição -, seja porque quero ignorar essa procedência e interessar-me exclusivamente pelo objeto? Seria bem errôneo acreditar que este vai se revelar para mim, com todas as suas qualidades, pelo fato que eu o tenha tirado do plano de fundo ao qual o havia relegado: continuarei a exercer seleções sucessivas, a encarar cada um por sua vez tal ou tal dos seus aspectos.

É assim quando olho para uma casa: eu a situo na paisagem. Mas se continuo a interessar-me por ela, examinarei ora a cor da pedra – a sai matéria -, ora a arquitetura, ora o detalhe de uma escultura no alto da porta. Voltarei em seguida à paisagem, em função da casa, para constatar que ela possui uma ‘bela vista’, vou conservá-la uma vez mais no seu conjunto, como o havia feito no começo, mas a minha percepção estará enriquecida por minhas investigações precedentes. No mais, está mais ou menos fora do meu alcance olhá-la como se ela fosse uma rocha ou uma nuvem. É uma casa, uma obra humana, concebida para abrigar sere humanos. É em função desse sentido que eu a vejo e a aprecio, É em função desse sentido que eu a vejo e a aprecio. E as minhas averiguações, bem como a minha apreciação, serão ainda diferentes se meu olho for o de um futuro proprietário, o de um arqueólogo, o de um passeante ou o de um esquimó especialista em iglus.(...)

 

Compreender

 

Eu compreendo pelo êxito de um trabalho, de uma atividade consciente do espírito, que não se contenta mais em acolher uma significação, mas abstrai, compara, deduz, relaciona informações da fonte e de natureza diversa. Trata-se de precisar a significação inicial, ou de extrair uma significação suplementar.

O ruído que vem do cômodo ao lado e sobressalta a dona de casa é para ela prenhe de sentido: é um ruído de queda ou de quebra. Ela o entende como tal. Ela percebe, além disso, que o seu filho não está mais por perto. Lembra-se que o vaso da China foi deixado muito imprudentemente ao alcance dele, sobre uma mesa, e compreende com facilidade que o menino acaba de quebrar a porcelana chinesa.

Escuto e entendo o que me dizem, mas revelando contrições no relato, e aproximando o mesmo de certos fatos de que tenho conhecimento por outra fonte, compreendo, também, que o meu interlocutor está a me mentir, De súbito, a minha desconfiança despertada orienta diferentemente a minha escuta, e compreendo também as hesitações, certos lapsos da voz, e até ‘olhares que pareceriam mudos’.

Como esse último exemplo permite prever, emprega-se às veze indistintamente entender e compreender, na acepção em que são sinônimos: a de ‘captar o sentido’. É assim, por exemplo, quando afirmamos indiferentemente ‘eu vos compreendo’ ou ‘eu vos entendo’, ou quando nos queixamos de não compreender (ou entender) nada da música moderna. Tanto num caso como no outro, o ato de compreensão coincide exatamente com a atividade da escuta: todo o trabalho de dedução, de comparação, de abstração, é integrado e conduzido bem além do conteúdo imediato, do ‘dado a entender’.

  


                                              

 

 

 

 

  Pierre Schaeffer (1910-1995)

© 2023 by  Limo Service. Proudly made by Wix.com 

  • w-facebook
  • Twitter Clean
  • w-googleplus
bottom of page