
Ensaios, Morais, Políticos e Literários. Trad...................Rio de Janeiro: Topbooks, 2004.
(Excertos)
Somente através da comparação podemos determinar os epítetos da aprovação ou da censura, aprendendo a decidir sobre o devido grau de cada um. Mesmo a pintura mais grosseira pode apresentar um determinado brilho nas cores ou uma exatidão na imitação que, numa certa medida, também são belezas capazes de encher de admiração o espírito o espírito de um camponês ou de um indígena. Mesmo as baladas ou harmonia, e somente quem estiver familiarizado com as belezas superiores poderá considerar o seu ritmo dissonante ou as suas letras desinteressantes. (...)
O sublime agrada mais a uma pessoa, a tertura a outra, a ironia a uma terceira. Uma é extremamente sensivel às falhas, e estuda com atenção a correção das obras, e outras é mais vivamente sensível às belezas, sendo capaz de perdoar 20 absurdos ou defeitos em troca de uma só passagem inspirada ou poética. O ouvido de uma está inteiramente voltado para a concisão e a força, o de outra se delicia principalmente com uma expressão copiosa e harmoniosa. Uns preferem a simplicidade, outros, os ornamentos. A comédia, a tragédia, a sátira, as odes, cada gênero de escritura tem seus partidários, que o preferem a todos outros. Seguramente seria um equívoco um crítico limitar sua aprovação a um único gênero ou estilo literário, condenando todos os demais. (...)
David Hume (1711-1776)






